quinta-feira, 14 de março de 2013

LAPIDAR PALAVRAS

Antes de tudo a maturação, o revolver interior de pensamentos, inspirações, objetivos, possibilidades sem forma definida. Aos poucos e cada vez de uma forma diferente, as primeiras cartas do castelo se posicionam em uma frase, um nome, um acontecimento.

Imperceptíveis como as primeiras gotas de uma tempestade, as letras iniciam a torrente ávida por nascer e encharcar o mundo, cessando apenas quando a fonte se extingue satisfeita após expressar tudo que desejava. (o som do digitar incansável não se assemelha ao pesado desabar de uma chuva de verão?)

Então o processo seguinte se inicia. Retornar ao começo mirando a paisagem com novos olhos. Com o cuidado de um artesão, observar de longe, caçar detalhes microscópios, se demorar em um ponto específico... tudo para atingir a forma final e bela da melhor maneira possível e com as palavras certas - ou ao menos assim tentar, pois a perfeição almejada torna-se mais distante a cada revisitar. Esse ciclo é a sina e o prazer de quem lapida palavras.



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